terça-feira, 22 de maio de 2012

REPORTAGEM

Avaliação diagnóstica na produção de textos

Analisar detalhadamente a forma como os alunos escrevem é a primeira providência para determinar os pontos que devem ser ensinados

Reprodução
Os problemas mais comuns - e as propostas para resolvê-los. CLIQUE PARA AMPLIAR
Sobretudo do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental, as atividades de diagnóstico são indispensáveis porque as turmas costumam ser bastante heterogêneas: enquanto alguns estudantes demonstram mais familiaridade com os conteúdos gramaticais e a organização textual, outros, recém-alfabéticos, enfrentam dificuldades básicas em questões de ortografia. É claro que nada disso é problema: erros desse tipo são parte do processo de apropriação da linguagem. Mas às vezes as dificuldades são tão alarmantes e variadas que fica a sensação de que não há nem por onde começar...
A sondagem inicial serve justamente para mostrar - com o perdão do surrado ditado - que o diabo não é tão feio quanto se pinta. "Nos diagnósticos bem feitos, o objetivo não é contabilizar os erros um a um, porém agrupar problemas semelhantes para direcionar o planejamento de atividades capazes de corrigi-los", explica Cláudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Em outras palavras, entender as principais dificuldades da turma é fundamental para saber o que é mais importante ensinar. E isso deve ser feito também com as crianças que têm deficiência(leia mais no quadro abaixo).
Inclusão - Deficiência física
Para realizar a sondagem inicial da produção de texto em alunos com deficiência física nos membros superiores, é preciso encontrar alternativas para que as crianças possam escrever. A avaliação deve levar em conta o grau de deficiência - o importante é valorizar o que o estudante faz dentro das suas possibilidades. Para os que conseguem escrever com uma adaptação para o uso do lápis, é possível que os traçados sejam disformes e distantes da representação formal das letras e palavras. Nessa situação, o melhor é não se prender às diferenças de forma - ao contrário, procure se focar no conteúdo, analisando o que o texto revela em termos de compreensão do assunto abordado. Já para aqueles que necessitam da ajuda de um colega para escrever, o ideal é observar a interação entre o aluno com deficiência e o colega, em especial a maneira como ele dita e revisa o que está escrevendo. Em todos os casos, a avaliação nas atividades de produção coletiva se torna ainda mais importante. Nas aulas de revisão, por exemplo, você pode pedir que as crianças com deficiência exponham suas ideias sobre a construção do texto e registrar as falas como uma referência na avaliação.
Uma lista para mapear as dificuldades da turma 
Antes de começar a atividade, é preciso montar uma lista com os itens que serão analisados. Não podem faltar aspectos relacionados aos padrões de escrita e às características do texto. Do 3º ao 5º ano, o foco deve recair sobre a ortografia e a pontuação e é essencial verificar se a turma conhece e respeita os traços do gênero escolhido (veja na imagem acima um exemplo de diagnóstico com base em alguns dos erros mais comuns nessa fase).

Em seguida, você já pode pedir que os alunos escrevam. Não há segredo: como em qualquer proposta de produção escrita, os alunos precisam saber para que vão escrever (ou seja, a intenção comunicativa deve estar bem definida), o que vão escrever (o gênero selecionado) e quem vai ler o material (o destinatário do texto). "Também é importante explicar que essas produções servem para mostrar ao professor como ajudá-los a ser escritores cada vez mais competentes", afirma Soraya Freire de Oliveira, professora da EE Carvalho Leal, em Manaus. Em sua classe de 5º ano, ela propôs que a garotada produzisse uma autobiografia, gênero que vinha sendo trabalhado desde o ano anterior - uma opção válida, já que os estudantes tinham familiaridade com o tipo de texto. Contudo, os especialistas apontam que pode ser ainda mais produtivo sugerir que os alunos recriem, com suas próprias palavras, histórias conhecidas, como uma fábula (leia mais no plano de aula). "Assim, você pode se concentrar nos aspectos que têm de ser melhorados para aproximar o texto que os alunos fazem daquilo que é considerado bem escrito", afirma Cláudio.

Com as produções em mãos, Soraya, a professora de Manaus, partiu para a análise, anotando na lista de aspectos sondados quantas vezes cada tipo de erro se repetia nas produções. No fim, descobriu que muitas crianças não utilizavam sinais de pontuação. "Percebi que esse deveria ser o conteúdo prioritário naquele início de ano", ressalta.

Do 3º ao 5º ano, a ortografia é um dos problemas comuns 
O resultado do diagnóstico de Soraya é bastante comum: ortografia e pontuação costumam ser os pontos mais críticos para as crianças dessa faixa etária. "Muitos alunos escrevem do jeito que falam e até inventam palavras", conta Cláudio. Mesmo assim, dizer que a turma tem problemas com "ortografia e pontuação" é vago demais. Quais problemas, especificamente? Faltam vírgulas? Muitos trocam letras? Poucos sabem dividir os parágrafos? Mais uma vez, a sondagem pode ajudar: se os itens analisados forem bem determinados, você saberá com bastante precisão que pontos atacar.

É importante lembrar, ainda, que cada conteúdo deve ser abordado por meio de novas propostas de textos, sempre com etapas de revisão. Refletir sobre os aspectos notacionais (relativos às regras de uso da língua) e discursivos (relativos ao contexto de produção) é o jeito mais eficaz de levar os alunos a aprender os padrões de escrita e a superar os problemas que enfrentam ao escrever.

Filmes



Utilização de filme em sala de aula: A Era do Gelo 2, para alunos do 
Ensino Fundamental (5ª série)


Palavras Chave: filme, ciências, aquecimento global


Introdução
O audiovisual pode trazer para a sala de aula
informações que precisam ser ouvidas e
visualizadas
1
, sendo considerado um ótimo recurso
para o professor, quando bem trabalhado.
O uso de filmes pode ser utilizado como recurso
para que os conhecimentos do educador,
normalmente científico, sejam entendidos pelos
alunos, já que o hábito de ver filmes faz parte do
cotidiano
2
.
Uma forma de utilização é a investigativa, onde é
oferecido, antes da exibição do filme, um guia de
leitura aos alunos, para que estes possam prestar
atenção a pontos desejados pelo professor, podendo
retornar à discussão após a sessão
1
.
A escolha do filme A Era do Gelo 2 para ser exibido
em sala de aula para alunos de 5ª série, foi feita com
o intuito de instigar os alunos em relação ao
problema do aquecimento global, amplamente
divulgado pela mídia.
Metodologia
Antes da exibição do filme, foi passado aos alunos
um roteiro de observação do filme A Era do Gelo 2,
ressaltando partes relevantes, para que estes dessem
ênfase ao tema que seria posteriormente trabalhado.
No roteiro constavam informações sobre o período
em que se passava o filme (há 2 milhões de anos
atrás), com especial atenção ao aumento da
temperatura seguido pelo derretimento das geleiras e
conseqüente destruição de habitats, além de algumas
reflexões sobre as mudanças ocorridas.
O filme, com duração de 91 minutos, foi exibido na
íntegra, ocupando 2 aulas consecutivas. Após a
exibição, no tempo restante, os alunos puderam
expor suas emoções e sensações que o filme ajudou
a despertar. Na aula do dia seguinte, foi feita uma
roda na classe para que os alunos pudessem, com a
ajuda do roteiro e suas próprias observações, opinar
sobre o filme, além de discutir sobre os temas
propostos anteriormente.
A avaliação da atividade foi feita durante a exibição
do filme (percepção de suas reações) e após o
mesmo (através do debate).
Resultados e Discussão
Nos momentos prévios à exibição do filme, pode-se
notar que os alunos ficaram ansiosos com a
oportunidade de uma aula diferente da tradicional.
Como eles receberam instruções sobre como seria a
aula, durante a exibição do filme, os alunos
prestaram bastante atenção aos detalhes presentes no
roteiro, para que pudessem elaborar um relatório
depois. Nos minutos finais da aula, subseqüentes ao
filme, os alunos expressaram suas opiniões em
relação ao filme. Por estar no final da aula, não
houve muito tempo para debates e discussões. No
dia seguinte, houve continuidade da atividade, onde
foi sugerida aos alunos a mudança da disposição das
carteiras, fazendo um círculo onde todos podiam ver
e ouvir melhor o que os colegas falavam e faziam,
caso gesticulassem.  Nessa aula, o roteiro de
observação foi bastante utilizado, e procurou-se
retomar os temas. Os alunos, por intermédio da
professora, relembraram alguns trechos importantes
do filme e debateram sobre o conteúdo que era o
foco da atividade (aquecimento global), dentre
outros que também surgiram, como a diferença entre
os animais de antes e os de agora e a importância de
fazer parte de um grupo.
Conclusões
O filme pode se tornar uma forte ferramenta a ser
utilizada pelos professores, quando de maneira
correta. É importante que se planeje a atividade com
antecedência, não se tornando apenas a reprodução
pura e simples de um filme comercial. Esse filme
deve ser estudado para que sejam elaborados tópicos
pertinentes para serem abordados em sala. O
professor deve também conhecer seu público-alvo e
identificar o melhor tipo de atividade para cada
grupo. Como a atividade altera a rotina normal da
aula, os alunos se mostram mais interessados e
participativos do que se mostrariam em uma aula
expositiva, devendo o audiovisual ser amplamente
utilizado por educadores.
___________________
1
Arroio, A.; Giordan, M. O video educativo: aspectos da
organização de ensino. Química Nova na Escola. nº24, nov 2006.
2
Arroio, A.; The role of cinema into science education. In: Science 
Education in a Changing Society.  Lamanauskas, V. (Ed.).
Siauliai: Scientia Educologica. 2007

Filmes


Nenhum a menos

Nenhum a menos
Resumo: As dificuldades encontradas por uma menina de 13 anos quando tem de substituir seu professor, que viaja para ajudar a mãe doente. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante sua ausência. Quando um garoto desaparece da escola, a jovem professora descobre que ele deixou o vilarejo em direção à cidade em busca de emprego, para ajudar no sustento da família. Seguindo os conselhos de seu professor, ela vai atrás do aluno.

Reportagem



Cinema une arte e informática


As professoras Regina e Mônica e seus cineastas: pré-estréia. Foto: Gustavo LourençãoUm olhar sobre o passado para entender o presente e, quem sabe, pressentir o futuro. Esse tema inspirou o trabalho das turmas de Ensino Fundamental do Colégio da Companhia Santa Teresa de Jesus, no Rio de Janeiro, durante 2003. Nas aulas de Artes e de Informática Educativa, a idéia levou classes de 3ª e 4ª séries a unir tecnologia e criatividade para produzir curtas-metragens que tinham como cenário a cidade e a escola do passado. A iniciativa partiu da professora nota 10 Mônica Bezerra de Almeida Lopes, de Artes, e de sua parceira de projeto Regina Lúcia Faig Torres Pinto da Rocha, de Informática, professora nota 10 em 2001. No tema do semestre as duas acharam o terreno ideal para trabalhar as linguagens do audiovisual e da animação por computador. A dupla desenvolveu na garotada a sensibilidade do olhar e a capacidade de articular informações visuais, textuais e sonoras, com auxílio de ferramentas tecnológicas. As 
As professoras Regina e Mônica e seuscineastas:
pré-estréia. Foto: GustavoLourenção

atividades se iniciaram com a observação e a "leitura" de imagens do Rio de Janeiro capturadas pelo fotógrafo Augusto Malta no início do século passado, e do colégio, na época de sua fundação, há mais de 80 anos.

Utilizando um software de apresentação e outro de animação gráfica, as turmas produziram sobre essas imagens mais de 70 curtas-metragens, no estilo do cinema mudo.

Para encerrar o projeto, o material foi exibido no auditório da escola para estudantes, pais e convidados. A seguir a seqüência de atividades realizadas pelas professoras Mônica e Regina e seus alunos.
Plano de Aula
Tecnologia como ferramenta de criação

Objetivos
Construir, em dupla, um curta-metragem. Para cumprir essa meta, os estudantes realizaram várias atividades com diferentes objetivos. Na seleção de imagens e sons, o grupo interpretou e articulou informações. Ao roteirizar os curtas e, em seguida, produzi-los, organizou estruturas visuais, textuais e sonoras. Também aplicou a língua escrita de forma apropriada ao estilo do cinema mudo. Enquanto expunha suas idéias ao colega de dupla e negociava com ele, cada criança exercitou o poder de argumentação. Ao mesmo tempo, aprendeu a elaborar e a receber críticas. As atividades exploraram em Artes conceitos como figura e fundo, forma, cor, ritmo, movimento, proporção, perspectiva, ponto, linha, textura e leitura de imagem; em Informática foram trabalhados conteúdos como decodificação de ícones e manuseio de ferramentas nos programas PowerPoint e Kidpix.

O tempo assume várias formas no cinema. O período de exibição, a época em que se passa o enredo, a velocidade acelerada na qual os fotogramas se sucedem, enganando nossa visão e simulando o movimento. Há o tempo da própria história do cinema, que no início do século passado encantou as platéias com o filme mudo. Inspiradas por essa temática, Mônica e Regina estudaram o Rio antigo unindo a arte cinematográfica a imagens históricas. Assim, mostraram como a tecnologia pode contribuir na criação artística.

Na leitura de imagens, a mostra de uma evolução
Na primeira etapa do projeto foram apresentadas fotos do Rio de Janeiro do início do século passado, obtidas no site www.almacarioca.com.br. Para exibi-las, Mônica utilizou um equipamento antigo, preservado pela escola: o episcópio. A ambientação provocada pelo uso desse instrumento, um precursor do retroprojetor, ajudou a transportar todos para o período relatado. "Procuramos sensibilizar o olhar das crianças, levando-as a observar as transformações na moda, na arquitetura, nos transportes, nos costumes e nos eventos escolares mostrados nas fotos pertencentes ao acervo do colégio", comenta Mônica. As imagens foram impressas e dispostas nas paredes da sala de Artes. Na aula seguinte, cada aluno foi convidado a escolher uma delas e reproduzi-la numa folha de papel usando apenas lápis preto. "O exercício leva à percepção da perspectiva, das formas e dos contrastes das imagens em preto-e-branco."
Foto: Gustavo Lourenção
Foto: Gustavo Lourenção
No Laboratório de Informática, Regina organizou uma sessão de cinema — uma projeção com datashow de um arquivo de vídeo digitalizado — da fita A Cura, de Charles Chaplin (ao lado). "Selecionamos esse filme para mostrar a estética do curta-metragem e do cinema mudo", conta Regina. Após a exibição, todos discutiram as características do que viram. Em seguida as professoras apresentaram um curta-metragem produzido por elas no computador e expuseram ao grupo a idéia do projeto: a produção de filmes em dupla.

Autonomia com o micro
As fotos vistas na primeira etapa foram arquivadas nos computadores. Cada dupla escolheu uma como cenário da animação. Para operar os micros, Regina criou roteiros explicativos. "Nossa intenção foi estimular a autonomia. Por isso eu apenas orientava o trabalho, passando de dupla em dupla", comenta. Quando alguém tinha dificuldade, Regina pedia, antes de resolver o problema, que tentasse seguir o roteiro.

Hora de criar o enredo
Criadas e avaliadas as histórias, Mônica e Regina levantaram com cada dupla como transformar o que foi escrito em linguagem audiovisual. "Observamos a pertinência das idéias e a lógica dos acontecimentos e a organização textual", explica Mônica. As histórias não podiam ser muito longas e precisavam ter começo, meio e fim. Além disso, a animação dos personagens e das situações descritas tinha que combinar com a imagem escolhida como fundo.

Como produzir o roteiro
Antes de passar à fase de produção no computador, Mônica e Regina distribuíram à classe planilhas com quadros em branco acompanhados de pautas de texto, para que fosse produzido um roteiro da animação, o chamado storyboard. Neles os alunos fizeram croquis de cada imagem a ser montada no computador, descrevendo ao lado o trecho da narração a que se referia. Também bolaram textos explicativos típicos do cinema mudo. "Nessa etapa, os estudantes conseguiram identificar situações impossíveis de animar e problemas de continuidade", relata Mônica.

A aplicação dos softwares de animação
Feitos e revisados os storyboards, Regina apresentou os programas PowerPoint e Kidpix. Sempre seguindo roteiros preparados pela professora, no primeiro software os estudantes produziram os slides da apresentação, digitaram os textos de continuidade e animaram as situações. No segundo, criaram os personagens, reproduzindo-os nas diversas posições que cada história solicitava. "As crianças descobriram como usar comandos típicos da computação, como abrir, importar e salvar arquivos, selecionar figuras e utilizar teclas de atalho, como o Alt-Tab, para navegar entre os programas", relata Regina.

Personagens ganham movimento
Foto: Gustavo Lourenção
Foto: Gustavo Lourenção
A etapa da animação foi a de maiores descobertas, inclusive para Regina (ao lado). Uma série de desafios da computação gráfica precisou ser superada. Como fazer um personagem se esconder atrás de um móvel?
De que maneira dar a impressão de que ele está se movimentando em perspectiva? Qual a melhor forma de caracterizá-lo para dar idéia de que se virou de costas?

Finalização dos filmes, monitoria e crítica
Até aqui o som das aulas de Mônica e Regina era o da conversa da turma, agitada com as descobertas. Prontas as animações, o grupo entrou numa das mais divertidas fases do projeto, o da seleção de sons e músicas para sonorizar os filmes. Humor, tensão, drama... A importância da trilha sonora foi amplamente absorvida pelo grupo, que fez escolhas bastante adequadas aos roteiros.

Conforme os grupos foram finalizando seus filmes, as educadoras iniciaram um trabalho de monitoria entre os próprios alunos. "Os que terminaram antes passaram a auxiliar os colegas que ainda tinham etapas a cumprir", conta Mônica.

A interação do grupo aumentou bastante nesse momento. "Foi interessante observar como os monitores repetiam com os colegas a nossa postura como professoras", lembra-se Regina. Quando todos os grupos terminaram seus curtas, teve início a preparação da última etapa do projeto.

Na internet, em sites previamente selecionados pelas professoras, o grupo fez uma pesquisa sobre produção e crítica cinematográficas. "Preparamos uma ficha e pedimos a cada dupla que trocasse de computador com os vizinhos, para que realizasse a avaliação dos trabalhos", relata Regina.

Nessas fichas havia perguntas sobre a história criada, a coerência das imagens utilizadas e de sons e animações. Em alguns casos, os "críticos" convenceram seus colegas a fazer alguns ajustes no produto final.

Pré-estréia e CD-ROM
No final do semestre, Mônica e Regina organizaram no auditório da escola a pré-estréia dos curtas-metragens. Cada dupla ficou responsável por operar o equipamento e exibir sua produção. Depois o material foi enviado a uma produtora, para a elaboração de um CD-ROM com todos os filmes. No início do segundo semestre, o lançamento do CD-ROM trouxe pais e convidados, que se emocionaram com as produções.

Avaliação contínua
As professoras avaliaram os alunos com relação a participação, produção textual, construção de imagem, manipulação das ferramentas e organização. Também analisaram a evolução do trabalho em duplas. Observaram as que tiveram dificuldades no início mas conseguiram superá-las; as que tinham dificuldade com a informática e que passaram a dominar as ferramentas; e aquelas em que havia um membro mais dominador que o outro, mas que acabou por compreender a dinâmica do trabalho em grupo. Ao final de cada aula, Mônica e Regina faziam auto-avaliações, abordando aspectos positivos e negativos das próprias atuações.

Projeto



O homem e o meio ambiente



Objetivo 
Fazer com que os alunos percebam que fazem parte do ambiente em que vivem e que suas atitudes influenciam o meio ambiente. Levá-los a repensar suas atitudes, tornado-se mais conscientes da relação entre os seres vivos. Produzir um panfleto para divulgação, na escola e na comunidade, sobre a preservação do meio ambiente. Provocar mudanças de hábitos nos familiares dos alunos, estimulada pela conscientização dos mesmos a respeito da preservação do meio ambiente.

Conteúdo 
Relação homem-natureza e preservação do ambiente.

Ano
6º ano

Tempo estimado
Seis aulas

Material necessário Livro Caderno de Educação Ambiental - Ecocidadão. Autoras: Denise Scabin Pereira e Regina Brito Ferreira, elaborado pela Coordenadoria de Educação Ambiental, Secretaria do Meio Ambiente, Governo do Estado de São Paulo. Folha para a organização do diário, papel craft, papel sulfite A4, régua e lápis de cor. Se a escola possuir um laboratório de informática, os alunos poderão pesquisar imagens e textos relacionados ao tema, e produzir o panfleto no computador.

Desenvolvimento
Introdução Ouvimos muitas informações sobre mudanças climáticas, efeito estufa e preservação do meio ambiente, mas os alunos não têm informação suficiente para entender de que forma participam desses processos e como podem atuar no sentido de minimizar a sua influência como agentes poluidores. Para trabalhar com esse tema você pode pedir que os alunos façam um diário de suas atividades - desde que acordam até a hora de dormir - e, a partir daí, trabalhar com o conceito de preservação do ambiente.
1ª aula 
Divida a classe em grupos, distribua um capítulo do "Caderno de Educação Ambiental - Ecocidadão" a cada um. Peça que os alunos leiam e conversem sobre o conteúdo que receberam. Eles devem anotar as informações principais em uma folha de sulfite. Ao final da aula, recolha esses papéis e diga que a próxima aula começará com a discussão do tema.

Entregue à moçada uma folha para o diário e explique que, em casa, eles devem anotar todas as suas atividades de três dias, desde que se levantam até a hora que vão dormir.

2ª aula Retome as anotações feitas na aula anterior sobre os capítulos do livro e pergunte à turma quem são os responsáveis pela preservação do ambiente, quais são as soluções para resolver os problemas ambientais, o que cada um deles pode fazer enquanto individuo e o que podem fazer enquanto grupo na escola e onde vivem.

Anote as propostas dos alunos em um papel craft para poderem discutir posteriormente a viabilidade de cada uma delas.
Ao final da aula pergunte sobre as anotações nos diários e estimule que continuem anotando.

3ª aula 
Comece perguntando sobre os hábitos diários dos alunos e diga que irá trabalhar com eles na aula seguinte. Anote em um cartaz pelo menos um hábito de cada um para poder retomar posteriormente. Retome então as propostas dos alunos para a preservação do meio ambiente e discuta a viabilidade de cada uma delas, pensando nas atitudes individuais, na sociedade civil e no poder público.

Para isso, discuta com a turma cada uma das propostas, deixando claras as providências necessárias para que ela se torne viável. Pergunte à moçada o que fariam o que para viabilizar as propostas, com quem falariam, como procederiam. Mostre a eles que algumas iniciativas dependem somente dos indivíduos como, por exemplo, reduzir o gasto de água em casa, economizando ao tomar banho, escovar os dentes ou lavar louças, mas outras podem envolver o poder público, como o plantio de árvores em praças ou nas ruas.

4ª aula Nessa aula será realizado o trabalho com o diário. Forme duplas com os alunos e peça que relatem, um ao outro, as atividades anotadas. Em seguida, proponha que selecionem, juntos, em seus diários, as atividades que acreditam que contribuem para melhorar o meio ambiente, e aquelas que acham que causam prejuízos.

Após o registro, monte uma tabela com atitudes favoráveis e desfavoráveis ao meio ambiente e discuta com os alunos os comportamentos e atividades relatadas e classificadas. Registre a discussão em papel craft para que em outros momentos essas idéias possam ser retomadas.

5ª aula 
A partir das informações dos diários, dos textos do livro "Caderno de Educação Ambiental - Ecocidadão" e das sugestões dos alunos para preservar o ambiente, trabalhe o conceito de preservação do ambiente. Discuta as relações do homem com a natureza e suas interferências. Você pode usar as informações dos diários e provocar os alunos no sentido deles pensarem sobre seus hábitos. A partir dessa discussão eles podem começar a esboçar o panfleto.

6ª aula 
Essa aula será usada para a elaboração do panfleto. Retome o livro citado anteriormente, em especial as dicas para o ecocidadão, disponíveis a partir da pág. 78. A partir daí, peça que os alunos comecem a elaborar os panfletos, lembrando que devem conter dicas sobre a preservação do meio ambiente e propostas de mudanças de hábito que auxiliem nessa iniciativa. A proposta pode ser individual ou coletiva.

Para elaboração dos panfletos comece conversando com os alunos sobre as funções e a linguagem desses materiais, ressaltando que devem conter informações importantes, relevantes, mas que os textos não podem ser longos e complexos. A partir das dicas do livro, os alunos devem selecionar as informações principais e definir a forma como o conteúdo será apresentado. Peça que elaborem textos curtos e selecionem imagens ou desenhos para ilustrá-los.

Quando a turma terminar a primeira versão dos panfletos, revise o trabalho com eles e peça os ajustes para a versão final. Quando o trabalho estiver finalizado, a classe pode escolher alguns para serem copiados (xerox ou scanner) e distribuídos, ou trabalhar com todos, fazendo menos cópias de cada um.

Produto final Panfletos a serem distribuídos na comunidade.

Avaliação 
Observe o envolvimento e participação da turma durante as aulas, discussões e tarefas solicitadas. Durante todo o trabalho, questione cada aluno, individualmente e nos grupos, para perceber o seu envolvimento e aprendizagem. Observe os questionamentos feitos por cada um e a maneira como busca sanar suas dúvidas. Procure perceber, também, se realmente estão tendo alguma mudança de comportamento pensando na preservação do meio ambiente. Proponha uma auto-avaliação para os alunos com questões sobre o envolvimento dos mesmos na realização do trabalho e questões relativas à preservação do meio ambiente. Pode ser pedido, também, que os alunos elaborem um texto sobre o que aprenderam, ou façam uma redação.